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DEAD POETS SOCIETY (1989)


No matter what anybody tells you, words and ideas can change the world.

Decidi aproveitar a época de regresso às aulas para homenagear um dos filmes mais épicos e incríveis de toda a história do cinema. É um facto que existem os filmes que nos fazem chorar, outros que nos fazem rir, outros que nos fazem suspirar e até meter medo. E depois existem filmes como Dead Poets Society que nos marcam até aos confins do nosso coração que desconhecíamos até então. São clássicos intemporais que nos inspiram como pessoas e que nos fazem pensar na importância de sermos nós próprios. A importância da relação aluno-professor, a importância da poesia e a importância de aproveitarmos a vida da forma com que ela deve ser, realmente, aproveitada: de forma única e especial.


O fantástico filme de Peter Weir inicia-se com a transferência do professor de inglês John Keating para uma nova escola de rapazes, conhecida pelos seus métodos rigorosos e tradicionais. Ele irá ensinar, no entanto, a verdadeira forma de aproveitar a vida, inspirando alunos tímidos como Todd ou alunos que vivem com pressão dos pais como Neil, a seguirem os seus sonhos independentemente das advertências que lhes vão sendo impingidas por outras pessoas, através da criação de um clube que tem como principal fundamento aproveitar a vida da forma com que ela deve ser aproveitada.


Este é um daqueles filmes que, por mais que se avalie a fotografia, a banda sonora, ou até mesmo os efeitos áudio-visuais, sentimos que nada destes pequenos fatores interessam para o verdadeiro fundamento de toda a história. São filmes que nos tocam de tal forma que sentimos que isso é - somente - aquilo que importa. E são filmes que merecem ser falados e relembrados por todas as incríveis emoções que nos fizeram sentir ao longo das quase duas horas de duração e pela mensagem inspiradora que nos pretendeu passar, e não pelos pequenos erros de gravação, de imagem ou de som (que neste caso não foram sequer encontrados).



Carpe diem. Seize the day, boys. Make your lives extraordinary.

Uma das coisas que mais me agradou após ter assistido Dead Poets Society foi o facto de Peter Weir ter gravado todas as cenas por ordem cronológica para que se notasse verdadeiramente a evolução da proximidade e amizade de todo o elenco, não só entre os alunos e professor, mas entre os próprios alunos que dormiram no mesmo quarto durante as gravações para que estabelecessem laços naturalmente. Foi um método muito inteligente e bonito da parte do realizador e que funcionou de forma impecável. Ao longo do filme foi possível apercebermo-nos do desenvolvimento da amizade estabelecida entre eles, e o amor que eles facilmente foram desenvolvendo por Keating foi notório; no fundo, ele é o professor que todos gostaríamos de ter tido; um professor que não se limita a explicar e preparar-nos para um futuro académico, mas sim para todas as advertências da vida e a aprendermos a levantarmo-nos sempre que surja um obstáculo que nos impeça de seguir os nossos sonhos. A famosa citação Carpe Diem revela isso mesmo e a sua mensagem e a forma como foi transmitida em tela foi um dos principais tópicos que tornou este num dos filmes mais inesquecíveis de sempre.


O elenco é sem dúvida um dos pontos fortes do filme. Uma época em que Ethan Hawke ainda era um jovem aprendiz da representação e Robin Williams estava no auge da sua carreira. Já assisti a vários filmes dele mas nunca nenhum me tocou tanto como este. Não por estar relacionado pela interpretação ou o papel - porque qualquer que seja a personagem interpretada, Robin Williams consegue incorporá-la de uma forma tão completa e emotiva que é impossível apontarmos algum erro nas suas atuações. Mas porque a personagem John Keating é incrível, é uma personagem que todos nós gostaríamos de arrancar do ecrã para a termos nas nossas vidas. Personagens cativantes interpretadas por um ator cativante. Robbin Williams tornou-se no professor que ele próprio gostaria de ter tido e como não pôde acabou por criá-lo à sua maneira. As interpretações dos próprios alunos estão também impecáveis, jovens que se estrearam como atores e que fizeram cenas que ainda hoje nos marcam. A minha cena preferida é, aliás, entre Todd e Keating na qual Todd se solta e revela possuir um poeta dentro de si. Adorei o trabalho da câmara especialmente nessa cena onde esta gira à volta da dupla cada vez mais rápido de forma a aumentar a intensidade de todas as emoções que vão sendo expressas ao longo da cena. Foi, de facto, emocionante.



O ponto mais fascinante é, porém, todo o roteiro. Excluindo os prémios e nomeações que possa ter ganho, o roteiro deste filme está incrível: todas as cenas foram bem pensadas e transmitidas de forma inspiradora e cativante. Como se a sua história fosse uma fonte de motivação para todos aqueles jovens (e pessoas de qualquer idade) que pretendem seguir um sonho e o destino não parece concordar com as suas decisões. Uma das sensações mais sufocantes que podemos sentir é a repressão daquilo que nós somos de verdade para nos encaixarmos no mundo e nas pessoas. No fundo, é o sufoco que sentimos quando precisamos de abdicar dos nossos sonhos para nos moldarmos aos limites das pessoas, e quando isso acontece é quando deixamos de aproveitar a nossa vida. E o que este filme nos ensina é que se não nos conseguirmos encaixar no mundo daqueles que estão ao nosso redor, podemos sempre criar um mundo só nosso onde não existem limites para sonhar. Podemos sempre encontrar a nossa própria maneira de andar.


Por fim, além de todos estes pontos positivos, é um filme dos anos 80. Não querendo soar de todo preconceituosa mas os filmes desta época têm uma essência inexplicável que me faz gostar de imediato. Talvez seja mesmo da época. O facto de ter a perceção que nesta altura a vida era muito mais bem aproveitada faz com que eu deseje viver quarenta anos atrás no tempo, e como isso não é possível fico-me pelos filmes. Tudo o que sei de fonte segura é que este é um dos meus filmes preferidos de sempre que bastou assisti-lo apenas uma vez para me tocar da forma que poucos filmes me tocaram. É um filme cuja mensagem não se resume somente a uma mensagem bonita e a um roteiro original, mas sim um filme que nos ensina valores morais que devemos levar para toda a vida. E a verdade é que este é um dos filmes mais marcantes de sempre por possuir uma mensagem tão simples mas ao mesmo tempo tão profunda. Um filme que é fiel à sua história e à sua mensagem do início ao fim, com interpretações estupendas e uma história que emociona qualquer espectador. Com personagens cativantes, uma história emocionante e frases eternamente marcantes, Dead Poets Society é um clássico intemporal que, independentemente das gerações e das idades, deve ser assistido por qualquer um..e sobretudo por todos aqueles que procuram seguir um sonho.


Informação Adicional:

Direção: Peter Weir

Elenco: Robbin Williams, Ethan Hawke, Robert Sean Leonard, ...

Género: Drama

Duração: 140 min.

Classificação: 9/10

Frase favorita: We don't read and write poetry because it's cute. We read and write poetry because we are members of the human race. And the human race is filled with passion. And medicine, law, business, engineering, these are noble pursuits and necessary to sustain life. But poetry, beauty, romance, love, these are what we stay alive for.


1 comentario


sandra_isr
01 oct 2020

Oh CAPTAIN MY CAPTAIN...

Que vontade de voltar a ver o Clube dos Poetas Mortos! Já lá vão uns aninhos ♥️😘 LY

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