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THE GREATEST SHOWMAN (2017)

Atualizado: 31 de ago. de 2020


Hoje trago a minha primeira crítica de um filme musical. Estava indecisa entre este e La La Land, por serem dois filmes do mesmo género que marcaram o final dos respetivos anos em que cada um foi lançado; mas decidi deixar a crítica de La La Land para mais tarde, por não ter sido uma crítica sugerida, contrariamente ao incrível The Greatest Showman que toca os corações de todos aqueles que apreciam musicais e até mesmo aqueles que muito dificilmente se emocionam em filmes - e muito menos em filmes tão melodiosos como este.


O filme baseia-se na história verídica da origem do circo, centrando-se na vida de P.T Barnum, um homem inicialmente pobre e apaixonado pela menina rica, Charity, futura mãe das suas duas filhas. Na esperança de ficar famoso, ele agarra uma oportunidade de colocar o seu estatuto de sonhador e empreendedor na compra do Museu de Curiosidades, com o objetivo de criar um circo proporcionando-nos um mundo mágico que é, na verdade, muito além da nossa definição base de circo e entretenimento: um verdadeiro espetáculo com as figuras mais invulgares que nunca julgaríamos conhecer: a mulher-barba, o trapézio, o gigante e o pequeno. Mas na verdade, mais do que a história de vida do grande showman, P.T, o filme transmite uma mensagem muito mais profunda do aquilo que pensamos, possuindo personagens extremamente cativantes - e que não se limitam aos simples trabalhadores de circo - que retratam a diferença e (simultaneamente) igualdade presentes em todos nós.


A trama decorre a um nível dinâmico devido às músicas - muitas delas - energéticas e cativantes que reforçam a bela mensagem do filme, cada uma delas possuidora de uma letra incrível que acaba por retratar em certa parte a história em si. Além disso, todas as músicas são interpretadas da forma mais bela e realista possível - especialmente a Never Enough, cantada em forma de lip synk pela fantástica Rebecca Ferguson: já não basta a música ser linda e tocante de uma forma que nenhuma outra música consegue ser, a atriz consegue "cantá-la" de um modo tão realista e natural que atrevo-me a dizer que foi uma das melhores atuações de lip synk que já tive o prazer de assistir até hoje. Mas além de Rebecca, destaco as prestações de Michelle Williams, que representa uma Charity doce e cheia de ternura, embora não seja uma das personagens mais importantes (o que é uma pena, já que é a esposa do protagonista), Zendaya que mostrou novamente os seus dotes de dança e canto e Zac Efron que, embora já saiba do seu talento para a música desde os tempos de High School Musical, o seu amadurecimento como ator foi notável.




Todavia, a grande surpresa do filme foi, de facto, o verdadeiro Showman, Hugh Jackman que marcou o seu regresso aos musicais da melhor forma possível, desempenhando a performance da minha música preferida de todo o filme: From Now On, a música final que é simplesmente linda e que, apesar da sua letra não ser tão tocante como as restantes, a melodia juntamente com a voz maravilhosa de Jackman transforma-a numa das músicas mais lindas dos musicais. Em termos de letra, no entanto, This is me é, de facto, a música mais emocionante de toda a história, cantada pela grande Keala Settle, atriz da Broadway: é impossível não nos emocionarmos com a sua atuação pragmática.


O filme é extremamente grandioso, atrevo-me a dizer que é até demasiado grandioso para muitos dos espectadores: grande parte dos críticos de cinema valorizam tantos detalhes, por mais pequenos que eles sejam, nomeadamente os ângulos da câmara, a imagem ou os efeitos visuais e sonoros, que se esquecem de valorizar aquilo que o filme pretende, na verdade, transmitir com a sua história, sendo esse o ponto mais importante de todo o mundo do cinema: um filme que esteja perfeito a níveis de imagem, som ou prestações dos atores e que ao assistirmos aos créditos não nos sentimos minimamente cativados, nunca pode ser um filme digno de uma pontuação altíssima. Porque o cinema não é somente para ser visto: também precisa de ser vivido. E por esse motivo, a sua história precisa de captar a atenção do público, precisa de cativar e emocionar. Por isso, mesmo que The Greatest Showman não seja um filme perfeito em pequenos detalhes, é um filme perfeito na sua capacidade de captar o público e isso é o mais importante.





Mas incorporando a minha postura crítica, o vestuário está muito bem adequado à época da trama, vestidos e fatos grandiosos e as cores possuem tons quentes, tornando o filme mais acolhedor. Pessoalmente, apreciei bastante a imagem e a paleta de todo o filme. Embora apresente pequenas falhas (que naturalmente passam despercebidas aos nossos olhos) é uma história que sabe entreter e cativar o espectador, com ótimas atuações, músicas fantásticas e cenários lindos. É um musical mágico que vale muito a pena ser assistido.


Assim, The Greatest Showman é um filme que, embora retrate uma história antiga, proporciona uma história com uma mensagem muito atual que ainda causa imensa polémica em todo o mundo. Infelizmente, as diferenças físicas (e até psicológicas) ainda perduram nos dias de hoje e a luta pela aceitação ainda não acabou. E este filme mostra que ser diferente não é mau: é, aliás, muito bom e é a grande prova de que é a partir da diferença que podemos aumentar o nosso leque de aprendizagens. Não é ao sermos todos iguais que vamos aprender algo de novo e por essa razão é que The Greatest Showman é um filme tão importante, principalmente para aqueles cuja tolerância não é tão grande. É com a diferença que aprendemos a crescer como seres humanos. E este filme não poderia transmitir isso de forma mais clara.



Informação Adicional:

Direção: Michael Gracey

Elenco: Hugh Jackman, Zac Efron, Zendaya, Kealla Settle, Rebecca Ferguson, Michelle Williams,...

Género: Musical

Duração: 106 min.

Classificação: 7/10

Frase favorita: No one ever made a difference by being like everyone else

3 Comments


paulacsrodrigues
Aug 23, 2020

Um dos musicais mais intensos e maravilhosos da história do cinema! Belíssimas interpretações com vozes de um poder vocal de arrepiar! Aquele que para muitos seria visto como o circo dos horrores e das aberrações mostrou afinal como a diferença pode ser uma qualidade e que a verdadeira beleza está no coração daqueles que nos tocam.

Parabéns Bianca por mais uma crítica fantástica! E parabéns pela excelente iniciativa!

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sandra_isr
Aug 23, 2020

Sem dúvida um filme maravilhoso, que nos ensina a nunca desistir dos nossos sonhos, assim como a valorizar cada ser humano pelo que realmente é. Com músicas que nos ficam na memória... ♥️

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Julio
Aug 23, 2020

Apesar de não gostar de musicais, este é um dos filmes que mais gostei de ver!!!

Cativante do princípio ao fim, com interpretações brutais, e com músicas maravilhosas.

Sem dúvida é um filme a rever mais vezes.

Muito boa crítica, parabéns 😘.

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